[Escrito por:  Carlos Henrique Silva, “Frangão”]

Companheiros,

"Frangão" [Crédito: Wir Caetano]
“Frangão” [Crédito: Wir Caetano]
Agradeço à Justiça dos céus, à da Terra e ao Sindicato dos Metalúrgicos de João Monlevade por um fato ocorrido nesta sexta-feira, 31: minha reintegração ao quadro de funcionários da ArcelorMittal.

Como sabem, fui demitido no dia 24 de janeiro deste ano. Não havia um motivo justo para a demissão, mas parecia haver, sim, um motivo INJUSTO: naquela mesma data, informei à empresa meu registro como candidato a dirigente sindical.

Não há dúvida de que, com minha carta de demissão, a gerência queria mandar uma mensagem não só a mim, que tenho 8 anos de serviço na Usina, mas a todos os “novatos”: que a ArcelorMittal não
tolera compromisso de seus trabalhadores com entidade que represente a categoria.

Fiquei feliz por se confirmar o que eu já sabia: que o Sindmon-Metal representa de fato os metalúrgicos. Por isso, o Sindicato moveu uma ação judicial contra a empresa, pedindo minha reintegração, porque a legislação trabalhista foi descumprida de duas formas: além de me demitir ao saber do meu registro de candidatura, o patronato não respeitou minha estabilidade de cipista.

Vi que o Sindicato, como eu, valoriza muito a famosa frade Martin Luther King: “o que me preocupa não é o grito dos maus; é o silêncio dos bons”. Quem quer justiça não pode se calar. Entendi, mais do que nunca, o sentido da palavra “companheiro”, tão usada no meio sindical. Lembrei-me de Che Guevara, que disse: “Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros.”

Então, companheiros, estamos sempre juntos. E, em lugar de silêncio, reescrevendo com justeza
esta palavra: JUSTIÇA.

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