Conferência realizada no Ceará gerou documentos com 29 ações que serão entregues aos governos estaduais, federal e entidades patronais, cobrando melhoria de condições de trabalho e outros pontos

Redação CNM/CUT

Após mais um dia de debates, os representantes dos trabalhadores da siderurgia, mineração, metalurgia e metais básicos encerraram a Conferência Nacional Por Uma Mineração, Siderurgia e Metalurgia de Metais Básicos à Serviço dos Trabalhadores, das Comunidades e do Meio Ambiente, na última terça-feira (26), em Fortaleza, no Ceará.

Além do documento propondo uma série de medidas estruturantes para os ramos que foi elaborado no primeiro dia, os sindicalistas escreveram um manifesto por políticas públicas que assegurem melhores condições de trabalho e de vida para os trabalhadores dos setores. Todos os textos debatidos e aprovados serão entregues ao setor patronal e aos governos estaduais e federais.

“O que nós vamos fazer agora é construir agendas a partir das discussões que foram feitas nos documentos construídos nos dois dias de Conferência. São 29 itens de ações. Queremos debater esses itens com os governos federal e estadual e também com os empresários, seja no sindicato, seja no Instituto Aço ou seja nas federações e confederações”, afirmou o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira.

O sindicalista enfatiza que para manter uma indústria siderúrgica forte é preciso melhorar a vida dos trabalhadores do setor. “Precisamos ter uma indústria de ponta e que tenha boas condições de trabalho, que isso seja valorizado. Os trabalhadores precisam ser os principais beneficiados no processo produtivo”.

Para o dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo e um dos coordenadores do segmento siderúrgico da CNM/CUT, Fábio Piontkwski, a Conferência em Fortaleza será um momento de mudança na relação dos trabalhadores com o setor, fazendo com que eles busquem mais valorização junto aos patrões e também lutando para que exista um novo tipo de relação da indústria com a sociedade como um todo.

“Essas empresas gigantes que exploram a mineração de metais e não metálicos, a siderurgia, e a cadeia de agregação de valor do minério, precisam dividir seus lucros bilionários com a classe trabalhadora de uma maneira muito diferente do que acontece hoje, observando também a sociedade que é impactada pela atividade deles, que sofre com a exploração. Para se ter uma ideia, o Ceará, onde fizemos a Conferência, sofre há muitos anos com déficit hídrico e um dos principais insumos para a indústria siderúrgica é a água. Então me parece muito pouco razoável que você, com praticamente nenhuma contrapartida, explore um recurso que é tão caro para uma sociedade que vive já flertando com a falta dele”, afirma Fábio.

O coordenador geral dos segmentos da CNM/CUT, Juarez Estevam Ribeiro, também elogiou a iniciativa da Conferência e avaliou que a construção de um comitê tripartite entre trabalhadores, empresários e governo que possa elaborar ideias para aperfeiçoar o setor siderúrgico impulsionará a indústria nacional. “O olhar do trabalhador tem que estar presente sempre para fazer a indústria mais forte”, finalizou.

Foto: CUT-CE

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