“O objetivo do golpe é tirar a classe trabalhadora do planejamento econômico do país”, afirmou nesta terça-feira (8) o presidente da CUT, Vagner Freitas, no encerramento de uma assembleia nacional de trabalhadores do setor de transportes, ligados a diversas centrais sindicais. Parte deles participará de paralisações nas próxima sexta-feira (11), em um dia nacional de greve contra a ameaça de retirada de direitos por parte do governo Temer. Para o dirigente, ainda falta, em alguma medida, convencer o trabalhador de que o processo de impeachment foi contra ele. “A juventude já está na rua, lindamente, outros movimentos também. Falta o trabalhador organizado.”

[Escrito por: Luiz Carvalho/CUT Nacional]

[Rovena Rosa / Agência Brasil]
[Rovena Rosa / Agência Brasil]
Freitas identifica algumas medidas em curso que devem ser implementadas para que o golpe “dê certo”. “Eles precisam fazer a reforma da Previdência, acabar a com a política (de valorização) do salário mínimo e desvincular o salário mínimo dos benefícios da Previdência. E, para completar, terceirizar tudo. Terceirizar significa demitir.”

As centrais sindicais estão iniciando vigília em Brasília, para acompanhar o julgamento, previsto para amanhã, de um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre terceirização. Após perder em todas as instâncias, uma empresa (Cenibra) questionou a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST),  que veda a terceirização na atividade-fim (principal).

O presidente da CUT insistiu na unidade entre os trabalhadores, observando que há ainda quem não entenda o momento que o país vive, com o que ele chamou de Estado de exceção. “Quem apostou que esta reunião (a assembleia de hoje) não aconteceria deu com os burros n’água. O que precisamos é unificar a luta da classe trabalhadora para enfrentar o inimigo enorme que nós temos pela frente”, afirmou, fazendo referência à violência contra estudantes e à invasão, na última sexta-feira (4) à Escola Nacional Florestan Fernandes, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Guararema, na reunião metropolitana de São Paulo.

Unidade é necessidade, não opção, reforçou o dirigente. “Para quem acha que, isoladamente, cada um em seu quintal, vai construir uma saída, chamo para unidade para enfrentar o golpe.”

E a próxima ofensiva poderá ser exatamente contra as centrais, disse Freitas. “Eu sei que eles estão construindo ações contra o movimento sindical. Fiquemos alertas.”

Na semana passada, o sindicalista também foi “demitido” do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão, órgão consultivo da Presidência da República. “Recebi um telefonema de um senhora muito educada”, contou Freitas. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, recebeu mensagem avisando da dispensa, o que já havia acontecido com, entre outros, o escritor Fernando Morais e o cientista Miguel Nicolelis.

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